quinta-feira, 18 de julho de 2013

Conselho de Disciplina da FPF, como se esperava (porque é o clube que é) abre inquérito a Sporting e Paulo Pereira Cristovão

(...) foi aberto um processo “à Sporting Clube de Portugal Futebol, SAD e a Paulo António Pereira Cristóvão, em virtude de existirem fortes indícios de terem violado normas legais e disciplinares que regem a actividade desportiva”. 
A guerra começou, precisamente quando dava mais jeito, o que não deixa de ser curioso. Até posso adivinhar quando vamos saber da sentença... isso mesmo no início do campeonato.

Tê-los no sítio

“Se o Barça pagar a cláusula de Thiago Silva, pago a de Messi” avisa o presidente do Paris Saint Germain, Nasser Al-Khelaif.

A clausula de Messi? 250 Milhões de euros.

Efeméride: Hector Casimiro Yazalde faleceu há 16 anos

Hector Yazalde nasceu num bairro pobre de Buenos Aires e enquanto criança alimentava dois sonhos: ser médico e jogar futebol no Boca Juniors. Acabaria por superar todos os sonhos quando se tornou uma lenda no Sporting Clube de Portugal.

Mas aos 13 anos percebeu que não iria realizar o primeiro, pois teve de começar a trabalhar para ajudar no sustento de uma família com oito filhos. Foi vendedor de jornais, de bananas e quebrou gelo, mas do futebol ninguém o podia desviar. Hector Yazalde ('Chirola') O seu primeiro clube foi o Los Andes, mas em 1965 foi ver um treino de um amigo que jogava no Piraña, um pequeno clube de Buenos Aires, e acabou por também treinar. Impressionou de tal forma, que foi contratado nesse mesmo dia, recebendo então 2000 pesos, tanto quanto ganhava habitualmente num mês. Dois anos depois transferiu-se para o Independiente, onde confirmou que tinha nascido para fazer golos.

Não sendo um jogador alto pois só tinha 1,76m, era um avançado possante, destemido e muito eficaz na hora de finalizar, usando o seu forte remate ou o seu bom jogo de cabeça. Mas acima de tudo tinha aquele instinto de matador, que abençoa os grandes goleadores, que parecem adivinhar sempre onde é que a bola vai cair. No Independiente foi duas vezes Campeão e considerado o Jogador do Ano em 1970, quando o campeonato se decidiu no último minuto com um golo seu. Chegou então à Selecção principal do seu País, depois de já ter sido internacional júnior, estreando-se num jogo frente ao Brasil e despertando a cobiça de Clubes como Santos, Palmeiras, Valência, Lyon, Nacional de Montevideu e Boca Juniors.

Estávamos em Janeiro de 1971 quando Yazalde então a gozar férias, foi alertado para a presença em Buenos Aires de Abraão Sorin, um destacado dirigente leonino, que foi à Argentina convencer o "Chirola" a vir para o Sporting. O acordo foi rapidamente selado pelo valor de cerca de 3500 contos e Yazalde chegou a Lisboa a 11 de Fevereiro, depois de ter mandado construir uma vivenda numa zona chique da Capital do seu País, para onde foram viver os seus pais. Depois do seu jogo de apresentação logo em Fevereiro de 1971, "Chirola" estreou-se a jogar pelos Leões a 12 de Setembro de 1971 com um hat-trick, em vitória frente ao Boavista (4-1), no primeiro jogo do Campeonato Nacional dessa época. Apesar desse bom começo, a sua adaptação ao futebol português foi algo difícil. Porém, na temporada 1972/73 Yazalde já foi o melhor marcador da equipa e contribuiu para a conquista da Taça de Portugal, marcando um golo numa Final em que o Sporting ganhou ao Vitória de Setúbal por 3-2.

A época de 1973/74 foi memorável para o Sporting, mas principalmente para Yazalde, que ao marcar 46 golos no Campeonato Nacional, conquistou a Bota de Ouro que consagra o melhor marcador dos campeonatos disputados na Europa. Como prémio recebeu também um Toyota, que vendeu dividindo o dinheiro com todos os companheiros de equipa, reconhecendo assim a importância deles na sua proeza, com natural destaque para os extremos Marinho e Dinis, com os quais formou uma linha avançada memorável, um soberbo meio-campo onde pontificavam Vagner e Fraguito e um utilíssimo 2º ponta-de-lança Nelson Fernandes. Infelizmente lesionou-se com uma micro-rotura no fim dessa temporada, e assim não pode participar nas meias finais da Taça das Taças, em que o Sporting acabou por ser ingloriamente eliminado, tendo inclusivamente Dinis falhado um penalti, o que como não poderia deixar de ser, fez com que todos se lembrassem dele, entre outros episódios 'de-ir-à-bruxa', como a perdida de Tomé na 2ª mão. Também não participou em nenhum jogo da Taça de Portugal que o Sporting voltou a ganhar nessa época, e nem sequer marcou presença no Jamor no dia da Final, pois já estava na Alemanha em tratamento, tentando recuperar para o Mundial de 1974, onde esteve em representação da Argentina encerrando aí a sua carreira de internacional, na qual marcou 2 golos em 10 jogos. No entanto não se esqueceu de mandar um telegrama a felicitar os seus companheiros por mais essa conquista, materializada com uma vitória por 2-1 sobre o Benfica.

Na temporada seguinte voltou a ser o melhor goleador do campeonato português, agora com 30 golos, que lhe valeram a conquista da Bota de Prata, como o segundo melhor marcador dos campeonatos disputados na Europa, acabando por ser vendido ao Marselha por 12500 contos, quando um ano antes o Real Madrid tinha oferecido 27000. Foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Atleta Profissional nos anos de 1973 e 1974.

O final da carreira foi em França, continuou a marcar golos e ganhou mais uma Taça, mas já sem a pujança demonstrada no Sporting, acabando por regressar ao seu País, onde encerrou a sua brilhante carreira no Newell's e finalmente no Huracán, tonando-se depois empresário de futebol, tendo sido o responsável pela vinda de Saucedo para o Sporting. A sua vida pessoal em Portugal, foi mediática, casou-se com a actriz Carmizé, com quem formou um dos casais mais badalados da altura, e de quem teve dois filhos, mas acima de tudo deixou sempre vincado o seu grande humanismo e preocupação com as desigualdades sociais, principalmente em relação às crianças, nunca esquecendo as suas origens humildes.



Yazalde marcava golos com uma facilidade impressionante devido em grande medida à simplicidade de processos que executava dentro da grande área. Talvez tenha sido o melhor jogador estrangeiro que passou pelo Sporting, e ficou para a história do Clube como um dos seus maiores goleadores de sempre, com uma média de um golo por jogo no campeonato, uma marca só superada por Peyroteo. No total marcou 155 golos de Leão ao peito, 126 dos quais em jogos oficiais, e 50 na época de 1973/74. Para além do valioso atributo de "matador", Hector Yazalde era também conhecido pelo desportivismo e fair-play com que encarava todos os jogos, nunca reagindo de modo negativo às inúmeras entradas duras e maldosas que sofria fruto do lugar específico que ocupava dentro de campo. Padecendo de cirrose hepática, faleceu em Buenos Aires a 18 de Julho de 1997 com 51 anos, vítima de uma hemorragia e paragem cardíaca, mas no Sporting Clube de Portugal já tinha garantido o seu lugar no clube dos imortais. 

O “ADN sportinguista” de Pedro Baltazar…

A propósito disto, convém não esquecer isto:



– Quis ser do Sporting, primeiro para picar o pai que era lampião, e por o Sporting “não ser um clube de grande dimensão” [!?!?!].
– Ídolos do Sporting de que se lembra da infância: Mosquera, guarda-redes Carvalho, Dé… [nota: com estes jogaram p.ex. Damas, Yazalde, Marinho, Lourenço, Hilário, Pedro Gomes, entre outros...]
– Jogo preferido: derrota 5-3 em casa com os lampiões, lembra-se por causa das “claques brasileiras e do samba”
– Quando o Sporting ganhou o campeonato dos 18 anos, entrou “numa espécie de coma” [???]

Mais uma cagada de Godinho Lopes resolvida

Em Dezembro de 2010, e com o objectivo único de viabilizar o projecto de reestruturação financeira do Sporting, a Nova Expressão SGPS, registando consideráveis menos-valias, estabeleceu com a Direcção de José Eduardo Bettencourt, um acordo de venda da sua participação de 11,667% por cento do capital social e direitos de voto da Sporting SAD, participação que era o resultado de 13 anos de investimento contínuo no Clube. 

Ao longo da Presidência de Godinho Lopes o acordo estabelecido foi ignorado e a Nova Expressão SGPS não foi ressarcida do valor – estabelecido em contrato – da posição accionista de que abdicou e viu as garantias colaterais dadas pela SAD alienadas de forma discricionária. Toda esta situação comprometeu os planos de investimento da Nova Expressão SGPS em várias das suas participadas, causando graves prejuízos a este universo de empresas. 

Esta situação foi finalmente resolvida esta semana com o estabelecimento de um novo acordo com a nova Administração da Sporting SGPS, que regularizou a situação.
Como é do conhecimento público a Sporting SAD está a angariar novas participações, decorrendo um processo de recomposição accionista. A Nova Expressão SGPS, congratulando-se com a resolução do diferendo que existia, gostaria de manifestar a sua vontade de, em oportunidade futura, voltar a ter uma posição acionista na Sporting SAD. Na realidade constatamos que continua a existir espaço e sentido para a nossa estratégia inicial, baseada numa proposta de valor que passe pela constituição de um forte núcleo de accionistas nacionais, empenhados no sucesso do Sporting e no posicionamento do Clube e da SAD como uma referência em termos de modelo de negócio e de gestão no panorama do Futebol português. 

NOVA EXPRESSÃO SGPS, S.A.
Julho 2013

Pensar em grande

Nani em entrevista o Jornal Sporting:

«Acredito que um dia voltarei a jogar no Sporting, porque é o meu Clube e adorei representá-lo [...] É benéfico ficarem pelo menos dois ou três anos na equipa principal, antes de se transferirem para o estrangeiro.»

Continuar a arrumar a casa...

Mica Pinto prolongou o seu vínculo com o Sporting até até 2018. No ano passado fez 35 jogos no Sporting B e recentemente representou Portugal no Campeonato do Mundo de sub-20, tendo sido um dos mais utilizados e que melhor conta deram de si.

Os próximos alvos são?


Onde está o Bruma - Crónica de Miguel Sousa Tavares

O meu caro Eduardo Barroso ficou muito escamado por eu ter escrito sobre o Sporting (coisa que, aliás, não me ocorre com frequência), divergindo da linha politicamente correcta de apoio a Bruno de Carvalho. Obviamente, não o incomoda que eu fale da van de sérvios contratada pelo Benfica e, menos ainda, que me questione sobre a necessidade de o FC Porto dar 10 milhões por um defesa central, a acrescentar aos outros seis que já lá tem. Que eu critique actos de gestão dos outros, e particularmente do meu clube, ele deve achar excelente; mas que ouse beliscar o génio gestionário do novo presidente do Sporting, isso parece que é crime de lesa - Majestade. E, do alto da sua incomodidade, ele grita: « Deixem -nos em paz!»

Impossível, meu caro Eduardo. A direcção deste jornal paga-me para eu, bem ou mal, dar a minha opinião sobre os assuntos que interessam, e não para calar alguns, a pedido do Eduardo Barroso ou de quem quer que seja. E acredite que já tive alguns pedidos insistentes, digamos assim, para não falar disto ou daquilo. Mas quando aqui cheguei, estabeleci logo, no meu primeiro texto, as regras do jogo: não tinha a pretensão de me imaginar isento - visto que reconheço que as cores clubísticas deformam qualquer juízo, e eu não serei excepção - mas seria sempre independente, no sentido de não estar ao serviço do meu clube nem de quaisquer interesses que não aquilo que penso. E julgo que os meus leitores já aprenderam que nunca evitei as criticas que entendi justas fazer ao FC Porto e seguramente que não esperam ver-me a gastar metade de um texto a apelar à venda de gameboxes para o Dragão ou a compras na Loja Azul. Apesar de aqui fazer apenas opinião, eu venho do jornalismo e sei que, mesmo na opinião, a independência não é uma questão menor. 

Entre outras coisas, o Eduardo Barroso não gostou que eu tivesse escrito que comprar um jogador por 300 mil euros e logo colocar-lhe uma cláusula de rescisão de 60 milhões, como o Sporting fez com Cissé, é uma jogada de marketing para excitar sócios e nada mais do que isso. Pois então, agora acrescento: é também uma forma indelicada de ofender o vendedor (a Académica), fazendo passar a mensagem de que venderam caviar julgando estar a vender ovas de sardinha. Não gostou que eu tivesse escrito que o corte de relações com o FC Porto, decretado por Bruno de Carvalho, não passou de uma bravata sem sentido, também para impressionar os sócios. Então, vou repetir o que já escrevi antes: não ponho as mãos no fogo pelo dirigente portista Adelino Caldeira. Mas também não assisti à cena de Olhão e apenas tenho a versão do «ofendido» - e sei que ela foi causada pelas anteriores declarações provocatórias e ofensivas do presidente do Sporting sobre o FC Porto: não surgiu do nada. Mas, de qualquer forma, penso que um dirigente, numa cena pessoal, não representa todo um clube - e, se assim fosse, também o FC Porto poderia ter cortado relações com o Sporting, quando um dirigente deste clube insultou um dirigente portista no camarote presidencial de Alvalade, durante o último Sporting-FC Porto. 

Já aqui escrevi que tenho apreciado a forma como Bruno de Carvalho se tem atirado aos empresários do futebol, aos ganhos pornográficos deles e de alguns jogadores, e a certos negócios esconsos que por aí proliferam. Escrevi-o e mantenho-o. Mas temo que o estilo casca-grossa de Bruno de Carvalho, aplicado a torto e a direito para impressionar o pagode, venha a causar mais danos do que ganhos ao Sporting. Causa um grande efeito mediático cortar relações com o FC Porto, não se desse o caso de depois ficar à mercê da represália, como depois aconteceu com o caso Bruma. Quem escolhe ir à guerra, deve estar preparado para dar e levar: não pode declarar guerra e depois gritar; «Deixem-nos em paz!» Para mim, é claro que, por estratégia, Bruno de Carvalho escolheu, desde o primeiro momento, desafiar o FC Porto e, consequentemente, buscar apoio junto do Benfica. Está no seu direito, já vários outros o fizeram antes dele, mas depois não se pode queixar, se as coisas lhe correrem mal. É caricato vê-lo a queixar-se, por exemplo, de o FC Porto ter comprado o Ghilas ao Moreirense, sem que este último, supostamente, tivesse feito uma notificação em devida forma ao Sporting para exercer, querendo, o seu direito de preferência. Como se o comprador tivesse alguma coisa a ver com isso ou como se pudesse ser legal um direito de preferência sobre o trabalho de alguém! 

Imaginem que eu, querendo sair da empresa A para ir trabalhar para a B, não o podia fazer a não ser que fosse para a empresa C, com quem a empresa A tinha celebrado um direito de preferência sobre a minha pessoa! Esse estilo de «cheguei e agora vai tudo de arraso!» é o que está na génese do caso Bruma onde os erros de sensibilidade e de gestão de Bruno de Carvalho davam para fazer um manual de tudo o que não deve ser feito, querendo segurar um jogador. Eu sei que, às vezes, não há nada a fazer contra a vontade dos jogadores ou de quem os controla, como é o caso da renovação de Oblak com o Benfica ou de Atsu com o FC Porto (também ele resgatado a um futuro de miséria em África e criado nas escolas do FC Porto). Acontece a todos e, no fim de contas, não vale a pena lamentar-se ingenuamente da ingratidão do jogador ou daqueles que não deixam o Bruma ficar «no clube do seu coração», como escreveu o Eduardo Barroso. Primeiro, porque, salvo raríssimas excepções, o único clube do coração que eles têm é o Banco Central Europeu, que fabrica os euros, e depois porque, como estamos a falar de pessoas e do direito que têm de escolher o seu trabalho, a forma de os desconvencer e atrair é tudo o contrário do que fez Bruno de Carvalho. 

Antes de começar a falar grosso e a cortar relações com todos - o tutor, o empresário e o advogado antes de exigir entender-se directamente com Bruma, sem empecilhos pelo meio, ele devia ter olhado para a situação jurídica do contrato do jogador. E, se o tivesse feito, terá constatado que, como aqui escreveu Paulo Teixeira Pinto, um contrato que prolonga por mais um ano o limite de três que a lei permite celebrar com um menor de 18 anos não passa de uma grosseira fraude à lei, que até deixa mal a parte que a invoca. Mas eu tenho de confessar várias coisas: primeiro, que nunca vi o Bruma jogar e portanto não sei sequer se justifica tanto barulho. Segundo, que não faço a menor ideia se o FC Porto está ou não de olho nele, ou se isso não passa de encenação com o habitual mau da fita. Terceiro, que, como forma de responder à bravata do corte de relações, até percebo a tentação de ir buscar o Bruma a Alvalade, ainda por cima a custo zero — embora, pessoalmente, prefira a aposta nos que já lá estão para o mesmo lugar: Iturbe, Atsu, Kelvin. E, em quarto lugar, não desejo, sinceramente, esse desfecho: teria qualquer coisa de abuso de posição dominante, que não me agrada. 

Todavia, confesso ainda que não é possível ocultar o sorriso irónico que causa o pânico instalado pelas bandas de Alvalade, nomeadamente vendo o presidente do Sporting a arrepiar caminho, tentando agora entender-se com o empresário que antes esconjurava. Repito que tenho seguido com interesse e alguma admiração os primeiros passos de Bruno de Carvalho na sua terrível empreitada. Reitero todo o respeito e simpatia que sinto, instintivamente, pelo Eduardo Barroso. E, como toda a gente que prefere ganhar numa competição que não seja apenas a dois, desejo que o Sporting, paulatinamente, regresse ao lugar que já foi seu. Mas não o conseguirá com bravatas inúteis e uma pose de grande senhor perante quem as leis, os contratos e os costumes devem ceder. E o grito de «deixem-nos em paz!- faz lembrar o grito de «tér, tér!» , que, em Alcácer Quibir, destroçou os exércitos de um jovem rei que também achou que era só chegar e vencer.

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